26 maio, 2012


E, chega aquele momento em que os teus pensamentos tomam posse do teu corpo, e te vês parada no tempo. O ruído dos ponteiros continuam a rodar, o teu cérebro encontra-se em constante recordação e o teu coração sente um aperto. Vês-te flexível. Fixada com o olhar na direcção a que os teus olhos pararam. Começas a sentir um desânimo e um misto de complexas sensações. E, é aí que o teu cérebro esclarece-te que paraste no tempo. Recordas tudo, detalhadamente. Aquilo que ficou por fazer, por dizer, ir. Aquilo que acabou por ficar para trás. Por mero acaso, apercebes-te que "aquela" música está tocando. Aquela em que te deixas levar e te faz sentir diferente quando cada nota é solta. Levas a mão ao rosto. Os teus olhos cansam-se, e enchem-se de lágrimas. No teu coração, uma aceleração entra num ritmo. Faz-te expulsar. Chegas à conclusão o quão ficou para trás. O que perdes-te, ganhas-te e o que deverias ter feito, melhorado. Por vezes, apercebes-te que sentes falta. Dos momentos, das próprias pessoas. Chegas a sentir falta daquelas pessoas que te fizeram mal. Elas tinham o seu motivo. Mas, mesmo assim, já não consegues guardar aquele rancor tão grande. Porque passou. O tempo passou e a cada dia vai-te diminuindo a dor, o rancor, a força das lágrimas. A saudade, essa, vai permanecer sempre no teu coração, porque é o coração que nunca te vai falhar.

Sem comentários: