14 setembro, 2016

Se algum dia te dissesse que as madrugadas nunca me fariam esquentar o coração, e amolecer em pensamentos, estaria mentindo. Se algum dia soubesse que a tua ausência me mata mais do que o dia em que resolveste, que indiferença seria a palavra que mais nos unia, estaria dizendo a verdade. Verdade seja dita, eu já não me reconheço. O pensamento tornou-se incapacitado, e o coração um baú de alma velha. Deixei que a tua miúda de vez em quando voltasse – só para não parecer fria de mais -, na tentativa que me fizesses sentir-te de outra forma. E é não me reconhecendo que te digo que sou tanto ou mais inconstante do que aquilo que tu eras. Mas foi a conhecer-me desta forma que te digo que prefiro um tanto de nada àquele muito de talvezes. Por mais que os dias passem e o tempo esteja a tentar dar-me uma ajudinha, eu sei que irei sempre chorar por ti, sentir de ti, e amolecer de ti. São seis de nada, seis de muito de mim, e seis de pouco de ti. Posso pedir a Deus que voltes? Só um bocadinho, pai...

5 comentários:

Mei disse...

Que escrita tão bonita, mas que ao mesmo tempo transmite dor. Força!

disse...

"Mas foi a conhecer-me desta forma que te digo que prefiro um tanto de nada àquele muito de talvezes." que essa tua forma de ser te recorde sempre de onde vens, de quem te deixa tanta saudade! está arrepiante:)

Catarina Vasconcelos disse...

Bem, num dia particularmente sensível como o de hoje, fiquei com lágrimas nos olhos e um aperto no coração ao ler estas tuas palavras... Força e um grande beijinho**

disse...

obrigada minha querida, partilho o mesmo sentimento cada vez que te leio:)

Ellen disse...

Força!
r: Dá-nos conforto saber que alguém entende... :(