Pode ter uma lágrima, ou outra, mas é perfeitamente normal. A isso chama-se saudade.
O amor e a saudade sempre caminharam juntos. Para o bem e para o mal. No bem e no mal. Lidar com a ausência tornou-se num desafio. No entanto, é possível (sobre)viver. Cais ao chão. Parte de ti morre naquele instante. Vezes sem conta, várias vezes no mesmo momento. É inevitável, mas não te culpes. Tudo isso muda a maneira como passas a olhar o mundo, as pessoas a forma como decides e até a forma como encaras os que amas. Formas um ponto de interrogação indistrutível. Tornas-te egoísta, mas não te culpes. O tempo nunca será suficiente. Nem para ti, nem para o teu coração, nem para a tua alma, nem tão pouco para a tua cabeça. E acabas de ganhar a tua maior inimiga. Pões as mãos à cabeça e pedes, com muita muita força para que tudo páre. "Por favor" - dizes. Eu sei... Sabes dar sorrisos e lágrimas. Sabes dizer que tens saudades, que te habituas-te, que aceitas - mas lá no fundo desse coraçãozinho há uma revolta e um mau-aceitar, um mau-compreender. É difícil falar de ti sem que a voz trema, sem que as palavras saem engasgadas. Sem que me arrepie. "Sempre será assim" - dizem(-me). Não dá, felizmente, para matar saudades nos braços de outra pessoa. Não dá para acariciar, beijar, dizer que amo muito, sorrir para outro alguém. Felizmente, porque foste único, foste insubstituível. Eu sei disso, porque foi isso que a vida me deu. Sem eu pedir, sem eu estar à espera.
Pai...
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