24 fevereiro, 2015

Não vou dizer que estou de sorriso no rosto, e de coração tranquilo, por te ver aprazível nesta que foi - e é -, uma nova etapa na tua vida. Não é, de todo, egoísmo da minha parte, nem muito quero que sejas infeliz, mas não quero nem sou capaz de te felicitar. Não é egocentrismo... Pelo contrário. Uma etapa que, outrora, também me pertenceu. Também foi nossa. Foram poucas as vezes que aqui escrevi e reescrevi tudo aquilo a que chamávamos de... nosso. Não é de todo arrependimento, talvez nem eu própria soubesse colocar em palavras toda aquela felicidade que me soubeste dar. Demo-nos. Um ao outro. Num tempo que só ambos nos pertencíamos e somente nos queríamos. Morremos um com o outro, naquela passada noite. Tão longa e anelante. Porque eu sentia isso: sentia que seria a última de todas aquelas ábditas noites. E porque nada, e porque tão muito. Assim éramos nós. Tu e eu. Com a certeza de que os nossos corações não mais encontrar-se-iam quando a saudade nos roesse a alma. O corpo. Já não podemos fugir de casa e subir às árvores. Muito menos fugirmos do mundo, e viajar em quilómetros de rebeldia. Devia felicitar-te. Por ventura, talvez ficasse bem mas... não quero. Hoje, adormeces dentro de mim. Mais uma última e decisiva vez, em que adormeces. Espero. E por favor, não tentes acordar.

3 comentários:

Sarah E. disse...

tão delicado e lindo,essa parte final"Hoje, adormeces dentro de mim. Mais uma última e decisiva vez, em que adormeces. Espero. E por favor, não tentes acordar.'' ficou na minha cabeça,gostei muito,bjs

samedi disse...


Muito obrigado! :)

RAQUEL ' disse...

força :)