17 outubro, 2013


Eu vou ali, e, por pura ironia, tomo um café, no mesmo sítio de sempre. Talvez calhe sempre à mesma hora, talvez chego atrasada cinco minutos e tantos mais segundos. Pego o jornal e é a última página que abro primeiro. Só para me notificar na secção dos "precisa-se". Vejo que a minha chegada foi notada por mais um desconhecido que a minha memória não retém. Enquanto não puxo a cadeira, e me sento, tem sempre alguém a observar. Por vezes, incomoda. Outras vezes, senti-me como se fosse, por momentos, o centro das atenções. E eu não gosto nada disso. Na mesa, o cinzeiro permanece limpo. Não puxo um cigarro porque o gosto incomoda-me a boca, mas, tem dias que só a inspiração do cheiro me "alivia" a alma. É como se estivesse a mergulhar num mar de chamas. Um mar cheio de ironia. Mais uma vez, finjo que todo o jornal me interessa. As notícias. Essas parecem a ser como a memória: grandes. Enormes. O tempo passa, e mais pessoas chegam. Grupos de rapazes para tomarem um café seguido de tantos cigarros; mulheres acompanhadas por senhoras idosas para tomarem o pequeno-almoço; homens de negócios, que permanecem ao balcão, para que a sua presença seja notada. Enquanto isso, a minha imaginação leva-me a pensar inúmeras coisas com as quais a "vossa" realidade tira-me do sério. O empregado é um conhecido "antigo". Não tenho muito que o olhar porque, na verdade, só o olhar de garoto me fez soltar um vómito sem nexo. Ele teima em passar pela mesa e sorrir, vezes sem conta. E como tantas outras vezes, solto aquele sorriso irónico e falso. Talvez seja o que de melhor sei fazer. Tudo ironicamente, com sentido de verdade. Já me sinto com a caneta entre os dedos, e a minha inspiração é sobre o amor. Este que tanto me faz aquelas borboletas dançarem no estômago e rebolarem ao imaginar que, a qualquer momento, ele poderia entrar com aquele sorriso de orelha a orelha. Foco-me nas nossas lembranças, no nosso presente que vira passado a cada segundo que passa, e naquele futuro que idealizamos com cores, sorrisos, e mil e uma coisas. Eu sou uma tonta. Daquelas tontas apaixonadas, daquelas que são felizes pelas coisas mais simples, mais verdadeiras… E eu sou assim, completamente apaixonada por ti, e tu por mim. 
(inventado)

4 comentários:

Rosarinho disse...

toda aquele quotidiano rotineiro num café é maravilhosos, tanto mais se no final o amor estiver presente <3 obrigada pelas tuas palavras tat!! volta à minha casinha sempre que precisares :')

; diiana ♥ disse...

Tão lindo !

Ki disse...

r: obrigada princesa +.+

Anónimo disse...

Porque é que dás um sorriso falso e irónico ao empregado? Coitado xb
Mas agora a sério, escreves muito bem (;